Uma importante reunião foi realizada na tarde desta sexta-feira, dia 1º de setembro, para discutir alternativas para a continuidade dos serviços prestados pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Garça. O encontro ocorreu no anfiteatro da Secretaria Municipal da Educação, envolvendo toda a diretoria da Santa Casa, Prefeitura de Garça, Conselho Municipal de Saúde, Câmara dos Vereadores, Sindicato da Saúde, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outros interessados. Foi definido que a Prefeitura de Garça fará uma intervenção e assumirá o comando do Hospital São Lucas.
É de conhecimento público toda a dificuldade enfrentada pela diretoria da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Garça, que administra o Hospital São Lucas. O grande problema, sem dúvida alguma, envolve a dívida acumulada ao longo dos anos, que no dia 10 de janeiro deste ano chegava ao valor de R$ 27.382.778,29, referente a atrasos no pagamento de fornecedores, sindicato, empréstimos bancários, folha de pagamento de médicos, programa de parcelamento (Prosus), INSS, IRRF, FGTS entre outros.
Os atuais gestores da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia expuseram as dificuldades acumuladas diante da complicada situação financeira. Apesar de todo o apoio encontrado junto ao prefeito de Garça, João Carlos dos Santos, que não mediu esforços para viabilizar o suporte necessário e possível legalmente, houve uma inviabilidade do trabalho diante de todo o passivo da Santa Casa.
A atual diretoria está fazendo o possível para reconquistar a confiança das pessoas, mas não é algo que acontece da noite para o dia. Mesmo com todo o trabalho desenvolvido desde o início do ano, com implantação de um novo modelo de gestão, não foi possível impedir que a situação chegasse ao ponto crítico encontrado atualmente.
Diante deste complicado cenário, com muitas dívidas que tornam a situação praticamente insustentável, foi organizada a reunião com representantes de toda a sociedade organizada no município, para que uma decisão fosse tomada em consenso, com o apoio da população para o enfrentamento do problema real, neste momento tão delicado.
Sem interessados em assumir o controle da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Garça, com o risco até mesmo de fechamento da tradicional instituição de Saúde da cidade, o prefeito João Carlos dos Santos se viu no dever de propor uma intervenção municipal.
Entre os participantes da reunião, alguns questionamentos foram feitos ao prefeito João Carlos, mas nenhuma pessoa se propôs a assumir o comando da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Garça. A ideia de passar o controle da Santa Casa de Garça para a Administração Municipal foi a única proposta viável neste momento, para impedir o fechamento das portas do único hospital ainda existente no município.
?É necessária uma tomada de posição, de atitude. Eu acho que o poder público tem que dar sua contribuição junto com a sociedade. A preocupação nossa é fazer com que essa entidade se desenvolva, retome os caminhos ideais. Fico muito feliz que pudemos debater e tomar algumas decisões. Vamos realizar uma audiência pública para levar toda essa intenção para o conhecimento da população, que será a grande beneficiada. É uma intervenção administrativa no sentido de viabilizar e reestruturar os serviços e manter o hospital com as portas abertas?, disse o prefeito João Carlos.
Além da diretoria executiva, que tem como presidente o médico Ahamed Mohamed Hamzé, também participaram da reunião os membros do Conselho Fiscal, Conselho de Administração e ?irmãos?, que são integrantes da sociedade local, que fazem uma contribuição mensal e que têm voz e direito a votar e ser votados. O vice-presidente da OAB de Garça, Ricardo de Souza Ramalho, também esteve presente na reunião.
O Conselho Municipal de Saúde, que tem como presidente Eliana Mara Ochiali de Castro Boaretto, esteve presente, bem como o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campinas (Sinsaúde), que representa os funcionários, através do presidente regional Aristeu Carriel. A secretária de Saúde de Garça, Paula Miralla, também participou da importante reunião.
Os vereadores Rodrigo Gutierrez, Marco Antônio Dias de Morais, o ?Marcão do Basquete?; Antônio Franco dos Santos, o ?Bacana?; Janete Conessa, Wagner Luiz Ferreira, José Luiz Marques, Rafael José Frabetti, Deyse Serapião, Fábio José Polisinani, Paulo André Faneco e o presidente da casa legislativa, Pedro Santos, também participaram da reunião e se posicionaram favoráveis à medida. Apenas o vereador Reginaldo Parente e a vereadora Patrícia Morato Marangão não participaram do encontro.
Como se trata de uma decisão muito difícil, cabe a sociedade escolher o que deve ser feito. Todos os presentes na reunião concordaram que o prefeito João Carlos deveria dar continuidade nos trâmites necessários para colocar a intervenção em prática.
Uma audiência pública será realizada na Câmara dos Vereadores de Garça, para que toda a população tome ciência das intenções do Poder Executivo, que pretende com essa medida, impedir o fechamento do Hospital São Lucas e melhorar os serviços prestados. O vice-prefeito Cassiano Pelegrini participou da reunião e elogiou a iniciativa do prefeito João Carlos dos Santos.
?O prefeito, mais uma vez, está tomando uma atitude de muita coragem, diante da situação em que se encontra a Santa Casa de Garça, fruto de gestões que não se atentaram aos problemas grandiosos, de um dos maiores patrimônios garcenses. É um momento de unirmos forças, independente de ideologia política, a favor do município?, disse Cassiano Pelegrini.
