O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) realiza um importante trabalho em Garça e segue cumprindo todas as diretrizes e normas, que fogem à gestão municipal, por estarem previstas em Portarias ministeriais, que apenas são executadas pelo município da melhor maneira possível. Uma dessas determinações diz sobre a alimentação dos assistidos.
Todos os usuários, intensivos ou não, são assistidos em atividades diversas como oficinas com terapeuta ocupacional, psicólogo ou enfermeiro, medicação assistida, oficinas de atividades de vida diária, oficinas de geração de renda, terapia em grupo ou individual, orientações sobre higiene e autocuidado, além de consulta médica com psiquiatra.
Em específico sobre a alimentação, está previsto na Portaria n° 336/2002, que o usuário que é assistido no serviço em um período de oito horas, tem direito a receber duas refeições diárias. Já para um período de quatro horas, o usuário tem direito ao café da manhã, cabendo o almoço em sua residência, junto da sua família.
Devem estar inseridos diariamente no serviço, por um período de oito horas, apenas os usuários em crise ou com necessidade de cuidados intensivos. Para estes usuários é servido café da manhã, almoço e lanche da tarde, ou seja, além do preconizado. A alimentação continua sendo ofertada, atendendo aos critérios da Portaria.
É importante destacar que no ano passado o contrato de fornecimento de marmitas, firmado no ano de 2016, foi alvo de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU).
Outro fator fundamental é que não só o usuário esteja inserido no tratamento, mas toda a família, a fim de receber apoio, orientações e esclarecimentos, tanto sobre a doença e os cuidados, quanto sobre o funcionamento do serviço, regras, normas e rotinas, porém são poucas as famílias assíduas. A grande maioria se isenta de responsabilidade, o que se faz um obstáculo à evolução do usuário e à atuação da equipe.
A estratégia da Atenção Psicossocial está inserida em uma rede, a Raps (Rede de Atenção Psicossocial), hoje responsável pelo cuidado em Saúde Mental. A Raps consiste numa rede substitutiva aos antigos hospitais psiquiátricos, que preconiza o cuidado multidisciplinar, humanizado e que se dá com auxílio da família, no serviço, mas também na comunidade (na Unidade de Saúde, na residência, na igreja, nos locais onde o indivíduo possa ser acolhido).
O objetivo do trabalho realizado pelos Caps é reabilitar o portador de sofrimento psíquico, devolvendo-lhe autonomia de forma que ele consiga com apoio dos seus, usufruir da melhor forma da sua casa, da comunidade (sempre), além de ser reinserido no mercado de trabalho (quando possível). Portanto, as pessoas passam pelo Caps, mas não devem permanecer sob os cuidados exclusivos da equipe do município para sempre.