A Campanha Nacional de Vacinação contra poliomielite e sarampo foi prorrogada até o dia 14 de setembro, em todas as Unidades de Saúde da Família de Garça. Mais de 90% da cobertura vacinal foi atingida, mas ainda não foi alcançado o objetivo de vacinar 95% das crianças entre um ano e menores de cinco anos.
De acordo com a enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica, Melissa Moretti Ferreira Cunha, até o dia 3 de setembro, Garça vacinou 1.961 crianças contra a poliomielite, totalizando 90,52%, e 1.051 crianças foram imunizadas contra o sarampo, ou seja, 90,03% do público total.
Neste ano, a campanha de vacinação é ?indiscriminada?, o que significa que mesmo crianças que estão com a carteirinha de vacinação em dia devem receber novas doses de reforço contra as duas doenças. O objetivo é elevar a cobertura vacinal no país e reforçar a proteção de já vacinados.
Desde fevereiro, o país já registra 1.553 casos de sarampo, com sete mortes. Outros 6.975 casos permanecem em investigação. Já a poliomielite preocupa diante da queda nas coberturas vacinais, o que aumenta o risco de retorno da doença caso haja nova reintrodução do vírus no país e contato com não vacinados
Melissa destacou a importância dos pais levarem as cadernetas de vacinação dos filhos, porque através dela, os profissionais verificarão a necessidade de outras vacinas. ?Se for verificada a falta de alguma outra vacina, ela poderá ser aplicada nesta oportunidade. Os profissionais aproveitam esse momento para atualizar a caderneta de vacinação das crianças.?
SARAMPO
Os sintomas iniciais apresentados pelo doente são: febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular, coriza e congestão nasal e mal estar intenso. Após estes sintomas, há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias. São comuns lesões muito dolorosas na boca.
A doença pode ser grave, com acometimento do sistema nervoso central e pode complicar com infecções secundárias como pneumonia, podendo levar à morte. As complicações atingem mais gravemente os desnutridos, os recém-nascidos, as gestantes e as pessoas portadoras de imunodeficiências.
A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença. Além de secreções respiratórias ou da boca, também é possível se contaminar através da dispersão de gotículas com partículas virais no ar, que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente em locais fechados como escolas e clínicas.
A doença é transmitida na fase em que a pessoa apresenta febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.
POLIOMIELITE
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado Poliovírus. Embora ocorra com maior frequência em crianças menores de quatro anos, também pode ocorrer em adultos. O período de incubação da doença varia de dois a trinta dias sendo, em geral, de sete a doze dias.
A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas (forma subclínica) ou nenhum e estes são parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infecções respiratórias como gripe - febre e dor de garganta - ou infecções gastrintestinais como náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), dor abdominal e, raramente, diarreia.
Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar à morte. Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em um dos membros. As principais características são a perda da força muscular e dos reflexos, com manutenção da sensibilidade no membro atingido.
Uma pessoa pode transmitir diretamente para a outra. A transmissão do vírus da poliomielite se dá através da boca, com material contaminado com fezes (contato fecal-oral), o que é crítico quando as condições sanitárias e de higiene são inadequadas. Crianças mais novas, que ainda não adquiriram completamente hábitos de higiene, correm maior risco de contrair a doença.
O Poliovírus também pode ser disseminado por contaminação da água e de alimentos por fezes. A doença também pode ser transmitida pela forma oral-oral, através de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar. O vírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde ele entra no organismo (boca, garganta e intestinos). Em seguida, vai para a corrente sanguínea e pode chegar até o sistema nervoso, dependendo da pessoa infectada.
Desenvolvendo ou não sintomas, o indivíduo infectado elimina o vírus nas fezes, que pode ser adquirido por outras pessoas por via oral. A transmissão ocorre com mais frequência a partir de indivíduos sem sintomas.