Em tempos em que somos bombardeados por notícias muitas vezes desalentadores, uma boa notícia foi publicada no Jornal da USP, edição de segunda-feira, 13 de abril.
Os pesquisadores do ICB - Instituto de Ciências Biomédicas - da USP - Universidade de São Paulo ? desenvolveram três diferentes métodos. Um destes detecta o vírus em um prazo de quatro horas com a mesma eficiência do teste convencional, utiliza reagentes nacionais, o que torna o teste mais barato, e pode ser realizado em equipamentos disponíveis na maioria dos laboratórios do país.
Outra frente de pesquisa está desenvolvendo um método de teste rápido que utiliza anticorpos para identificar pessoas infectadas a partir de secreções produzidas na garganta.
A terceira frente trabalha em um teste sorológico pelo método Elisa. Neste caso, o objetivo é saber quem, em tese, já foi curado e está imunizado. Isso poderá facilitar o retorno gradual da população às atividades após o isolamento, que acontecerá após a fase mais crítica da pandemia.
O professor Edison Durigon, do ICB, que coordena a pesquisa, afirma que o diagnóstico da covid-19 normalmente é feito por meio de testes moleculares, sendo que a técnica mais usada é a chamada PCR ( sigla em inglês para Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real. ?Esse teste fornece resultados em um período de seis a oito horas, porém o equipamento necessário é muito caro e está disponível apenas em grandes laboratórios?, explica. ?Outro problema é que os reagentes usados nos testes são todos importados, e atualmente há enormes dificuldades em adquiri-los, devido à grande demanda em todo o mundo.?
Os pesquisadores do ICB desenvolveram então um teste molecular que utiliza o método PCR clássico, mas pode ser feito em equipamentos existentes na maioria dos laboratórios clínicos e de pesquisa brasileiros. ?O teste fornece resultados em quatro horas e foi padronizado para ter a mesma sensibilidade e especificidade dos diagnósticos feitos com o PCR em tempo real, empregando reagentes produzidos no Brasil?, destaca o professor. ?A ideia é que mais laboratórios consigam fazer os testes, popularizando os diagnósticos.?
Este texto foi produzido utilizando como base as informações postadas no Jornal da USP, escrito por Júlio Bernardes.