Você conhece o Setembro Verde? É uma campanha que visa conscientizar e incentivar a sociedade sobre a doação de órgãos. O Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA.
Apesar da sua importância, ainda há muita desinformação e dúvidas em torno desse tema. Por isso, confira o que é doação de órgãos, como funciona, como se tornar doador e, claro, os mitos e verdades.
O que é doação de órgãos
A doação de órgãos é um ato por meio do qual podem ser doados de uma pessoa partes do corpo, sejam órgãos ou tecidos, para serem utilizados no tratamento de outra pessoa, com a finalidade de reestabelecer a função do órgão ou tecido doente. A doação é um ato que pode salvar vidas.
O Brasil possui o maior programa público de transplantes do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país. Apesar do grande volume de procedimentos de transplantes realizados, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão ainda é grande, pois para receber um órgão, a pessoa precisa enquadrar-se em vários exames que indique que ao receber o órgão doado, a probabilidade de rejeição não será grande, além de estar com a resistência apta para o procedimento, caso contrário, ela poderia morrer ainda na mesa de cirurgia.
Saiba mais:
- Podem ser doados: rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, válvulas cardíacas, pele, osso e tendões.
- A doação de órgãos como o rim, parte do fígado, parte do pulmão e da medula óssea podem ser feitas em vida.
- Pessoas falecidas podem doar somente após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica ou após parada cardiorespiratória.
- A morte encefálica ocorre quando há uma perda completa e irreversível de todas as funções cerebrais. Ela pode ser resultado de um acidente (de trânsito, quedas, etc) ou acidente vascular cerebral (AVC/derrame).
Como funciona a lista de doações de órgãos
Recentemente, o apresentador Faustão precisou de um transplante do coração e o seu caso teve prioridade na fila. Para começar, é importante destacar que “fila” é um termo inadequado justamente porque gera confusão nas pessoas. Utilizar o termo “lista” é mais adequado porque há uma série de critérios para se fazer um transplante de órgãos.
A lista para transplantes é única, atendendo tanto pacientes do SUS quanto da rede privada. A ordem de espera por um órgão se baseia em critérios técnicos, considerando tipagem sanguínea, compatibilidade de peso, altura e genética, além da gravidade específica para cada órgão.
Quando os critérios técnicos são semelhantes, a prioridade é determinada pela ordem de cadastro. Pacientes em estado crítico têm atendimento prioritário devido à sua condição clínica.
Além disso, a iminência de risco de morte e as condições clínicas do paciente em espera são fatores determinantes na priorização da fila de transplante. São eles: a impossibilidade total de acesso para diálise (filtração do sangue) no caso de doentes renais; a insuficiência hepática aguda grave para doentes do fígado; necessidade de assistência circulatória para pacientes cardiopatas; e rejeição de órgãos recentes transplantados.
Como ser doador
Se você deseja ser doador, a primeira coisa a fazer é avisar a sua família sobre a sua vontade. A lei brasileira exige o consentimento da família, ou seja, seus familiares precisam autorizar a doação e a retirada dos órgãos e tecidos.
Não é necessário deixar a vontade expressa em documentos ou cartórios, basta que sua família atenda ao seu pedido e autorize. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores em vida. Não parentes, somente com autorização judicial.
A morte de um ente querido é sempre uma situação difícil, mas é justamente nesse momento que o sofrimento pode ser transformado em um ato de esperança ao dar uma nova vida para pessoas que aguardam na lista de espera.
Se você tem um parente doador, respeite à vontade dele. Atualmente, aproximadamente metade das famílias entrevistadas não concorda que sejam retirados os órgãos e tecidos do ente falecido para doação. Em muitos desses casos a pessoa poderia ter sido um doador.
Após a confirmação da morte encefálica, uma equipe aborda a família para esclarecer o processo de doação e obter consentimento. Se a família concorda em doar, os profissionais investigam o histórico clínico do possível doador, avaliando fatores como doenças crônicas, infecções ou mesmo uso de drogas injetáveis, que podem comprometer a viabilidade do órgão.
Um doador pode salvar até 8 vidas.
Fonte:
AFFIX